sábado, 18 de junho de 2011

Saúde no Trabalho

O grande impacto de lesões músculo-esqueléticas em trabalhadores é conhecido, existindo uma ligação médica definitiva entre as tarefas no trabalho e estas lesões, que continuam a ser uma das principais causas de incapacidade e tempo de trabalho perdido, o que leva a consequências financeiras.  
Cerca de 40% dos custos em saúde ocupacional em todo o mundo são atribuídos a lesões músculo-esqueléticas que representam assim uma importante causa de morbilidade e incapacidade, constituindo um problema na sociedade e podendo ser um impedimento à participação no trabalho e em actividades sociais.
Os trabalhadores assumem posturas e movimentos específicos bem como certas forças, que constituem uma carga física a que são sujeitos, que pode causar a curto e/ou a longo prazo, sintomas músculo-esqueléticos. Sintomas que podem provocar “uma mudança na performance do trabalho, ou nas características do trabalhador (motivação, por exemplo) ” (Winkel).
Assim, factores como posturas de trabalho estáticas e inadequadas, e tarefas repetitivas estão relacionados com sintomas músculo-esqueléticos em trabalhadores sedentários. 
Como exemplos temos a indústria de manufactura, em que os trabalhadores são sujeitos a posturas inadequadas e movimentos repetitivos, e empregos que requerem utilização contínua de computadores, em que os trabalhadores apresentam vícios posturais durante a actividade de trabalho.
Perceber as causas das lesões, avaliando a exposição dos trabalhadores aos factores de risco, é o passo principal para a prevenção.
Um bom local de trabalho para os trabalhadores pode ter vantagens como redução de custos, melhoria da produtividade, e a longo prazo, benefícios como aumento da motivação dos empregados e diminuição de ausência devido a doença.
De forma a identificar populações de risco que deveriam ter acesso prioritário a acções preventivas, é necessário existir informação sobre a prevalência de sintomas e dados sobre a carga de trabalho, em grupos específicos de trabalhadores.
A saúde ocupacional e serviços de seguros bem como aconselhamentos ergonómicos nas empresas são importantes nas intervenções para reduzir a carga de trabalho no sistema músculo-esquelético e consequentes lesões.
Uma intervenção eficaz num meio de trabalho deve abranger duas áreas: a melhoria ergonómica e os aspectos cognitivos e comportamentais.
Pode e deve começar o quanto antes a intervir onde lhe é possível sempre: nos aspectos comportamentais. Como?
Alternando as posturas de trabalho, permitindo intervalos de descanso de partes específicas do corpo, evitar a inclinação da cabeça, pescoço, tronco, evitar posturas assimétricas e de torção, e não trabalhar nos limites de amplitude de movimento, providenciar apoios posteriores nos assentos (e que o assento e o posto de trabalho permitam tirar a máxima vantagem dos apoios posteriores).
Experimente, pelo seu trabalho e pela sua saúde!

Diana Silva
Joana Viterbo
(Fisioterapeutas)

(Publicado no Jornal “A Voz de Ermesinde”, Edição de 15.03.11)



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