quarta-feira, 13 de julho de 2011

Espondilite anquilosante

A espondilite anquilosante (EA) é uma doença reumática inflamatória crónica que afeta principalmente as articulações da coluna vertebral incluindo as sacro-ilíacas e em cerca de 25% as articulações periféricas, sobretudo as ancas, os ombros e os pés.
O termo “anquilosante” vem do grego "Ankylos" e significa soldagem, fusão, e é este processo que acaba por acontecer nas articulações.
A doença é provocada pela alteração inflamatória nos componentes articulares originando o desenvolvimento de um tecido fibroso cicatricial que, posteriormente, se ossifica e, nas fases avançadas, forma pontos de união entre os extremos ósseos.
Esta é a consequência mais grave da doença: a deformação e perda progressiva da mobilidade das articulações afetadas.
A idade habitual dos primeiros sintomas é entre a segunda e a terceira década de vida, sendo a manifestação mais frequente, a dor lombar que piora com o repouso e melhora com a atividade física.
Embora a causa seja ainda desconhecida, considera--se que existe uma predisposição hereditária para se ser afetado por esta patologia, havendo no entanto outras causas possíveis. As pessoas com o antigénio HLA-B27 (marcador genético) têm uma predisposição maior para a doença. Contudo, o antigénio pode também estar presente em pessoas saudáveis ou que sofrem de outras doenças.
Normalmente, o início é insidioso e gradual. Caracteriza-se por dor importante mas difícil de definir, sentida mais frequentemente na região lombar ou nas nádegas, podendo irradiar pela face posterior das coxas.
A espondilite anquilosante tem uma evolução crónica, com períodos em que os sinais e sintomas são muito evidentes alternados com outros em que estes não se manifestam. Apesar de, em alguns casos, a evolução da doença poder ser travada de forma espontânea, regra geral, a sua evolução prolonga-se durante décadas.
A doença pode atingir a parte inferior ou superior do tronco, e para além de poder causar a rigidez e imobilização permanente de toda a coluna vertebral (anquilose), provoca também a curvatura (cifose) desta, e enfraquecimento dos músculos das regiões dorsal e lombar.
Não existe um tratamento que cure a espondilite anquilosante. De qualquer forma existem várias medidas que podem ajudar a aliviar os sintomas e a prevenir as graves deformações originadas pela doença nas suas fases avançadas.
A finalidade do tratamento é aliviar a dor e a rigidez, de modo a permitir que as articulações afetadas mantenham a maior mobilidade possível.
Pode-se recorrer aos anti-inflamatórios e analgésicos, de modo a reduzir a inflamação e aliviar a dor, e aconselha-se a prática diária de exercício físico e treino de postura. Os pacientes devem evitar longos períodos de imobilização.
O exercício físico e/ou fisioterapia, praticado regularmente, ajuda a manter a mobilidade.
O prognóstico da doença é muito variável, mas o tratamento fisioterapêutico, associado ao farmacológico, costumam permitir uma melhoria significativa da qualidade de vida dos pacientes com esta patologia.


Diana Silva 
Joana Viterbo 
(Fisioterapeutas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 10.07.11)

Higienização dos produtos hortícolas

O surto infecioso causado por uma variante agressiva da bactéria intestinal E.coli que já matou algumas pessoas na Alemanha alertou-nos para um maior cuidado na preparação e confeção dos alimentos.
A higiene alimentar é um conjunto de medidas necessárias para garantir a segurança e salubridade dos alimentos quando estes são manipulados.
Todos nós sabemos que os alimentos possuem uma função essencial na saúde humana. No entanto, algumas pessoas desconhecem que quando não conservados, não armazenados, não preparados e não obedecendo às normas de higiene, os alimentos tornam-se responsáveis pela transmissão de doenças.

A ESCOLHA DOS PRODUTOS HORTÍCOLAS

Há legumes que se deterioram mais rapidamente do que outros, por isso, a frequência com que deve comprá-los deve ser diferente, caso se trate, por exemplo, de cebolas ou tomates.
As verduras e legumes de folhas verdes (alface, agrião, couve, salsa, coentros…) deterioram-se rapidamente, pelo que, ao comprá-las, deve verificar se não têm folhas queimadas ou amareladas, nem pequenos furos, que podem indicar a presença de insetos ou de larvas.

HIGIENE PESSOAL E DA COZINHA

As mãos, os utensílios, as tábuas de corte e as superfícies da cozinha devem ser lavados regularmente uma vez que são os principais veículos de contaminação.
As mãos devem ser lavadas com água quente e sabão, durante 20 segundos, com especial incidência antes e depois de manusear alimentos crus, após utilização de instalações sanitárias, depois de tossir, espirrar ou assoar-se, depois de mexer em produtos de limpeza e antes e depois de comer ou fumar.
As tábuas de corte, utensílios e superfícies da cozinha devem ser lavados com água quente e sabão antes e depois de preparar cada tipo de alimento.
Dê preferência aos toalhetes de papel ou lave os panos de cozinha com frequência em água quente.

PREPARAÇÃO DOS PRODUTOS HORTÍCOLAS

Todos os produtos hortícolas, incluindo as ervas aromáticas, têm que ser bem lavados e desinfectados.
De modo sequencial, deve-se:

- Rejeitar as folhas exteriores dos vegetais, que acumulam mais nitratos e outros poluentes, insetos, larvas e demais parasitas, e todas as partes velhas, pisadas, etc.;
- Lavar em água fria corrente, para remover todas as poeiras e outros contaminantes;
- Mergulhá-los numa solução de água e desinfectante apropriado, seguindo as indicações recomendadas relativamente à dosagem e tempo de acção (ex. solução de vinagre 30 a 40min);
- Passar novamente por água fria corrente;
- Depois de cuidadosamente lavados, desinfetados e preparados, os produtos a servir em cru devem ser guardados no frigorífico, devidamente cobertos com película aderente, até ao momento de servir.

Prevenir é sempre a melhor solução.
Coma produtos hortícolas e varie o mais possível!

Joana Gonçalves

Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 10.07.11)