segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hidroterapia: Saúde pela Água!

    A utilização da água como um meio de cura data de muitos séculos, embora apenas no fim dos anos de 1890, a reabilitação aquática tenha passado de uma modalidade passiva para uma que envolvia a participação activa do paciente.
Em muitas culturas, o uso da água mantinha uma ligação estreita com a sua adoração mística e religiosa, e ao seu percebido poder de cura.
Por volta de 500 a.C., a civilização grega já não relacionava a água com misticismo e começou a usá-la mais logicamente para tratamentos físicos específicos, através de estações de banho e fontes.
    Os registos históricos demonstram que, ao longo do tempo, o valor da utilização da água num programa de tratamento, aumentou, e é Johann S. Hahn (1696-1773) quem ficou conhecido como o pai da hidroterapia moderna, tendo dedicado grande parte da sua prática medicinal ao estudo e aplicação desta terapêutica nos seus próprios pacientes.

    Os numerosos princípios físicos (temperatura, pressão hidrostática, flutuação, turbulência, densidade e viscosidade) que governam o comportamento da água são complexos e têm influência no processo terapêutico, sendo o meio aquático facilitador da autonomia e da participação activa do paciente, proporcionando uma enorme variabilidade de experiências motoras e sensoriais, e oferecendo oportunidades estimulantes para os movimentos que não estão incluídos nos programas tradicionais de exercícios em solo.
    A atenuação da gravidade facilita o movimento e transmite uma sensação de liberdade, promovendo a auto-confiança e aumentando o potencial funcional do paciente.

   A Hidroterapia ou Reabilitação Aquática é indicada em numerosas áreas: pediatria, obstetrícia, reumatologia, disfunções músculo-esqueléticas, patologias neurológicas, patologias cardiovasculares, reabilitação desportiva.
   Nos seus efeitos podemos referenciar: manutenção ou aumento das amplitudes articulares (maior liberdade de movimento); facilitação dos movimentos; reeducação, fortalecimento, ou relaxamento muscular; estimulação sensorial; vasodilatação secundária; aumento da circulação periférica, pela pressão hidrostática e temperatura da água; diminuição da dor, possibilitando a realização de exercícios que em terra seriam dolorosos; aumento da capacidade respiratória; estimulação do sistema circulatório, imunitário e digestivo; efeito psicológico, melhorando a autoconfiança do paciente.

   Em Reabilitação Aquática é possível referenciar o Método dos Anéis de Bad Ragaz, e o Método Halliwick.
   O primeiro é um conjunto de técnicas terapêuticas efectuadas na água, que foram desenvolvidas através dos anos nas águas termais de Bad Ragaz, na Suíça. Ainda em evolução, o método é usado internacionalmente para reeducação muscular, fortalecimento, tracção/alongamento vertebral, relaxamento, incorporando técnicas de movimentos com padrões em planos anatómicos e diagonais, com resistência e estabilização fornecidos pelo terapeuta. O paciente é mantido na posição de deitado, suportado por flutuadores em forma de anel, em torno do pescoço, e região pélvica e ao nível dos joelhos e tornozelos.
   O método Halliwick foi desenvolvido por McMillan em 1949, em Londres, e a sua ênfase inicial era de natureza recreativa e com o objectivo de independência individual na água. Trata-se de um método que enfatiza as habilidades dos pacientes na água, e não as limitações em terra.
   Os pacientes são tratados numa relação de um instrutor para cada paciente até que a independência completa seja alcançada. Através de jogos próprios para cada idade e habilidade, são orientados sobre as propriedades da água e como controlar o seu equilíbrio.
   O manuseio correcto do paciente pelo instrutor permite que estes experimentem uma mobilidade desconhecida em solo. Após os primeiros estágios de ajuste mental e quando os princípios básicos de equilíbrio são aprendidos, os pacientes atingem um estágio de desprendimento em relação ao instrutor experimentando assim uma independência completa de movimento.
   Não são usados flutuadores, e os pacientes são ensinados a manter uma posição de respiração segura, bem como a chegar a uma posição segura se necessário, e a controlar a expiração quando a face estiver submersa.
O método é dividido em 10 estágios, também conhecido como programa de 10 pontos.

   Existem ainda técnicas e actividades corporais aquáticas que podem também ser utilizadas em terapia e reabilitação. O Watsu e o Ai-Chi são bons exemplos.
   O Watsu ou Water-Shiatsu, foi criado como técnica de bem-estar, que entretanto acabou por se mostrar útil em reabilitação. Os movimentos são combinados com pressões em pontos de acupunctura oriental e massagem, enquanto se flutua numa água com a temperatura de 35 graus. O Watsu utiliza a leveza do corpo na água para libertar a coluna vertebral, mobilizando articulações, e alongamentos musculares suaves de modo alternativo aos utilizados em terra. Estes movimentos rítmicos, similares a uma dança, são executados em harmonia com a respiração com o intuito de despertar uma regeneração do corpo e mente.
   O Ai Chi é uma combinação de Tai-Chi, Shiatsu e Watsu, e um excelente complemento ás actividades de equilíbrio de Halliwick. É uma actividade corporal aquática cujo conceito é desbloquear a energia que permanece presa em nosso centro cardíaco através de movimentos suaves na água. Em geral é feita em grupo, com música relaxante, juntamente com o controlo da respiração, o equilíbrio e a mobilidade articular que são conseguidos mediante o alongamento de alguns meridianos.

Seja qual for o método ou a técnica, entrar na água é uma experiência única que possibilita a oportunidade de ampliar física, mental e psicologicamente os conhecimentos e habilidades dos pacientes, e ainda permite desenvolver a socialização e a recreação.

...A água favorece um retorno às sensações da vida uterina e da pequena infância, a criança pode rever aí a passagem da dependência à autonomia pela descoberta de um mundo exterior a ela...
...  O contacto do corpo com a água facilita a construção, reconstrução do indivíduo que age sobre um meio deformável e transformável...
 (Michel Piednoir)

Diana Silva
Joana Viterbo
(Fisioterapeutas)

(Publicado no Jornal A Voz de Ermesinde, Edição de 15.11.10.)

Como nos devemos alimentar durante a crise financeira

Todos os dias somos invadidos por notícias que nos mostram o estado de recessão, que a economia portuguesa atravessa.

No entanto, estes tempos difíceis não devem ser desculpa para adoptarmos uma alimentação menos cuidada, cheia de alimentos baratos e com menor densidade nutricional. Uma dieta alimentar à base de cachorros quentes, batatas fritas, salgadinhos e menus “fast-food” nunca deve ser  considerada como uma boa opção em termos económicos.

Ao longo deste texto iremos dar-vos algumas dicas de como enfrentar este período (esperemos passageiro) de crise económica mantendo as regras de uma alimentação saudável.

Frutas e legumes
Quantas vezes já ouviram a célebre frase: “Comprar frutas e legumes é muito caro”. Essa ideia não podia estar mais errada. Comprar fruta e legumes da época é bastante económico e nutritivo.
Uma das melhores formas de conseguir frutas e legumes frescos é cultivá-los você mesmo, caso possua um quintal ou um pequeno jardim com espaço suficiente para o fazer.

Proteínas
Este grupo de alimentos é sempre mais difícil de conseguir com um orçamento reduzido. Lagosta fresca, “filet mignon” ostras são apenas uma miragem quando falamos em carteiras apertadas, no entanto, poderá encontrar boas opções a preços baixos.
Em primeiro lugar, é preferível comprar peças de carne “não preparadas”. Poderá marinar ou rechear você mesmo, não precisa que o talho ou a loja faça isso e cobre pelo serviço. Poupa dinheiro, e poderá ter um maior controlo sobre o valor nutricional e o nível de sal dos temperos. Comprar galinha inteira com os ossos e pele custa bastante menos, e poderá retirá-los facilmente para preparar uns saborosos peitos de galinha.
Relativamente ao peixe, poderá optar por o adquirir na lota, onde este se vende a um preço muito mais baixo.
No entanto, a carne e o peixe não são as únicas opções. Poderá substituir estes alimentos por alternativas proteicas uma a duas vezes por semana. O feijão e os ovos são excelentes exemplos de fontes de proteínas que ajudam a manter os bons níveis de nutrição em tempos de crise.

Cereais
Relativamente a este grupo poderá optar por comprar pão quando este se encontra a preços mais baixos em maior quantidade e congelar para comer mais tarde. O valor nutricional mantém-se praticamente inalterado por muito tempo.
Relativamente aos cereais de pequeno-almoço (opte sempre pelos integrais com baixos teores em açúcares) prefira as embalagens familiares de marca branca. Compare o rótulo.

Dicas gerais:
- Elabore uma lista de compras e cumpra essa lista. Assim não compra mais do que necessita;
- Não vá às compras com fome – há mais tendência em comprar alimentos supérfluos que só vão fazer aumentar a conta no final;
- Prefira as frutas e legumes da época;
- Não esqueça as leguminosas, pois são boas alternativas ou complementos à carne, peixe e ovos;
- Escolha embalagens familiares e em casa separe por doses individuais;
- Não esqueça a sopa de legumes sempre no início das refeições. Com o estômago “forrado” sente menos apetite para o prato principal;
- Não saia de casa sem tomar o pequeno-almoço, consegue assim controlar a sua qualidade e poupa bastante no final da semana;
- Evite fazer as refeições principais fora de casa. Se tiver oportunidade vá comer a casa ou leve comida para o seu trabalho. Se tiver condições aqueça no microondas do trabalho ou recorra a uma garrafa termos;
- Procure levar consigo alimentos para as refeições intercalares (fruta, pão ou bolachas tipo Maria ou de água e sal e iogurtes) evitando assim recorrer a snacks;
- Beba no mínimo 1,5 de água por dia. Isto irá ajudá-lo a manter o seu corpo hidratado. Leve consigo uma garrafa de água de casa evitando assim comprar em locais onde são mais caras.
Poupe dinheiro e ganhe saúde!

Joana Gonçalves
Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 30.10.10)



Dia Mundial da Alimentação

Dia 16 de Outubro comemora-se o Dia Mundial da Alimentação.
Esta comemoração que teve início em 1981, é na actualidade celebrada em mais de 150 países como uma importante data para consciencializar a população sobre a alimentação saudável. Este dia também assinala a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

O direito à alimentação é um direito humano e universal.
No Dia Mundial da Alimentação não devemos deixar de reflectir sobre aquilo que comemos, sobre a situação alimentar no mundo actual e sobre a forma como os alimentos são distribuídos e produzidos a nível mundial.  

O tema escolhido para este ano é “Unidos Contra a Fome”, pretendendo fazer
 com que os países desenvolvam medidas de combate à fome. Este tema trás consigo inúmeros objectivos entre os quais:

- incentivar a colaboração técnica e económica entre os países em desenvolvimento para acabar com a fome;
- promover a participação das populações rurais, principalmente as mulheres camponesas e grupos mais vulneráveis, nas decisões e actividades que dizem respeito às suas condições de vida;
- fortificar a consciência política sobre o problema da fome no mundo;
-  incentivar a transferência de tecnologias entre os países e estimular o sentido de solidariedade interna e externa no combate à fome, à desnutrição e à pobreza, assim como realçar e comemorar os êxitos obtidos em desenvolvimento agrícola e alimentar.
Seguindo este tema a FAO promoveu a campanha “1BillionHungry” , utilizando  imagens marcantes  e uma linguagem forte, de forma a  chamar a atenção do público e ilustrando a fome em todos os seus estádios. Como símbolo foi escolhido um apito amarelo, encorajando assim a população mundial a apitar contra a dura realidade de quase 1 bilião de pessoas que ainda sofrem de fome no Mundo. “Deverá constituir motivo de indignação e raiva o facto escandaloso de que os nossos semelhantes continuem a ser vítimas da fome. Se esse sentimento também é o seu, por favor manifeste-se, exprimindo a sua raiva contra a fome no Mundo, acrescentando o seu nome à petição mundial, no site http://www.1billionhungry.org”, declarou o Director-Geral da FAO, o Sr. Jacques Diouf. Exprima também a sua revolta!
Todos nós temos direito a um bom prato de comida saudável, uns simplesmente não o têm por serem pobres, outros preferem-se deixar levar por pratos extremamente caloricos e pobres nutricionalmente.
Todos nós deveriamos ter:
- O direito à alimentação a um preço justo e acessível;
- O direito a uma alimentação variada, segura e de qualidade;
- O direito a conseguir fazer 5-6 refeições diárias;
- O direito de saborear a comida;
- O direito a gostar do corpo;
- Direito a saber como ter uma alimentação saudável;
- O direito a poder recorrer, no sistema nacional de saúde, a um(a) nutricionista sem ter que enfrentar longos períodos de espera.
  Alguns não podem escolher outros têm que aprender a fazer as melhores opções. Lute pelos dois e tenha uma vida saudável!

Joana Gonçalves
Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 10.10.10)

Faça compras com consciência

A escolha de alimentos saudáveis permite ter um peso ideal, ganhar saúde e mais qualidade de vida. No entanto, ter uma alimentação saudável não se restringe a conhecer os nutrientes que constituem os alimentos, é necessário saber também a melhor maneira de escolher o que vamos consumir e para isso a leitura do rótulo torna-se fundamental.
Na leitura do rótulo é importante estar atento a:
- Lista de ingredientes apresentados, sempre por ordem decrescente em termos de quantidade;
- Aditivos: estes são representados pela sua categoria e pelo seu nome específico, ou pela letra “E” seguida de um número com três algarismos;
- Alergénicos: deverá constar também na lista de ingredientes (ex: contém leite, contém soja, contém amendoim, etc.);
- Prazo de validade: preste bastante atenção, principalmente se o produto estiver em promoção ou com um preço mais baixo do que o normal. É uma forma do supermercado vender rapidamente os produtos com a data de validade próxima do vencimento.

A escolha do supermercado, o dia da semana em que vai fazer as suas compras e o seu estado de espírito condicionam o tipo de alimentos que mete no carrinho. Quantas vezes já chegou a casa e pensou: Trouxe o carrinho cheio e não comprei nada do que queria!
 Para que tal não lhe volte a acontecer, antes de sair de casa certifique-se que fez uma lista de compras em que conste apenas o que realmente necessita e guie-se por ela durante todo o tempo. Nunca vá fazer compras com fome, porque a tendência em comprar alimentos com valor energético mais elevado e baixo valor nutricional aumenta. Programe sempre as suas idas ao supermercado com compras mensais ou semanais, com isto evita idas desnecessárias e consequentemente compras inúteis.
Já no supermercado, por vezes torna-se difícil escolher a melhor opção do ponto de vista de saúde e salubridade. Por esse motivo
deixamos assim alguns conselhos:
Verifique o estado da embalagem antes de adquirir o produto. Ao sinal de qualquer alteração como caixa amolgada, lata enferrujada, vidro partido ou plástico perfurado, troque o produto por outro, com a embalagem íntegra, porque o conteúdo continuará com a mesma qualidade.

A secção de verduras e frutas deve ser o seu lugar preferido no supermercado. Evite fruta excessivamente madura, suja, com fendas, casca enrugada e contaminada com bolores. Já os legumes deve evitar os de cor amarela, com folhas velhas, raizes podres, demasiadamente molhados e com odor a enxofre.

Prefira frutas e vegetais frescos pois quanto mais processado for o alimento menor a probabilidade de ser um bom alimento. Se puder, compre os orgânicos que, além de oferecerem mais nutrientes, estão livres de substâncias tóxicas.

Na altura de escolher o peixe verifique se este possui escamas aderentes à pele, cor firme e resistente; odor a maresia; olhos limpos, convexos e com pupila negra brilhante; carne firme ao toque e agarrada às espinhas; guelras cor rosa escuro e sem odor estranho.

Na escolha da carne, verifique se possui um odor agradável, cor vermelho brilhante e gordura branca e firme.

Nunca compre carne previamente picada, pois é um excelente meio de cultura para bactérias. Escolha sempre a porção de carne que prefere e peça para a picarem à sua frente.

Na compra dos ovos, verifique se estão partidos ou sujos, e opte sempre pelos que não são armazenados a temperaturas de refrigeração.

Deixe para último os alimentos congelados. Nestes verifique se existem placas de gelo encobrindo a embalagem. Isto é sinal de que o produto foi descongelado e congelado novamente. Tenha atenção ao estado da embalagem e já sabe... ao prazo de validade!

Vá directamente às secções que lhe interessam, colocando no carrinho os alimentos da lista de compras. Evite passar nas secções mais calóricas, como é o caso da secção dos doces, bolachas, salgados, enlatados, siga o ditado popular: “Longe da vista, longe do coração.”

Prefira alimentos naturais aos processados, estes são ricos em conservantes.

Leia sempre os rótulos dos produtos com bastante atenção, e opte sempre pelos menos calóricos.

Focalize a atenção em todos os alimentos, mas em especial nos alimentos frescos, tais como as frutas, legumes e vegetais.

Prefira peixe e carnes brancas.

Dê sempre preferência à água e a sumos de fruta 100%.

Ter estes comportamentos certamente trará inúmeros benefícios para a sua saúde. Siga os conselhos e não se arrependerá.

Cuide de si. Cuide da sua saúde. Seja uma pessoa mais atenta.

Joana Gonçalves
Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 15.09.10)


Hidratar… mais do que beber água!

A água é o componente principal das nossas células e está presente em todos os processos fisiológicos e bioquímicos do nosso organismo. Nós somos constituidos por cerca de 70% de àgua e diariamente eliminamos cerca de 2,5l através da urina, fezes, respiração e transpiração. Para colmatar esta perda de àgua prevenindo a desidratação, recomenda-se a ingestão mínima de 1,5l de água por dia, de preferência fora das refeições principais para não dificultar o processo de digestão.
Não devemos esperar pela sede para beber água, pois, quando o corpo se manifesta é sinal que já deveríamos ter ingerido água há algum tempo atrás.
Os benefícios de uma correcta hidratação são inúmeros dos quais se destacam:

- Eliminação de toxinas e perda de peso:
            Os alimentos que ingerimos diariamente contribuem para a produção de toxinas que circulam no sangue. Quando não são eliminadas, essas substâncias vão intoxicando o organismo contribuindo para o envelhecimento precoce e causando algumas doenças nomeadamente as de foro oncológico. Os rins são os responsáveis pela eliminação dessas substâncias nocivas. Se ingerirmos a quantidade recomendada de água, facilitaremos o trabalho aos rins uma vez que a água contribui para a dissolução das toxinas, o que permite uma eliminação mais fácil. A água torna-se também uma ferramenta imprescindível para quem pretende perder peso pois, para além de não ter calorias, aumenta a sensação de saciedade e diminui o apetite.

- Pele e Cabelo
            Uma pele desidratada fica áspera, contribuindo para o aparecimento precoce das indesejáveis rugas. Uma boa hidratação contribui para a manutenção de uma pele mais hidratada contribuindo assim para evitar o seu envelhecimento precoce. Mas engane-se quem pensa que a pele é a mais beneficiada, um cabelo desidratado tende a ficar quebradiço e a cair. A água é responsável pela saúde e brilho dos cabelos.

- Celulite
            Chega o verão e a malfadada celulite teima em não desaparecer. A celulite é um processo inflamatório nas células de gordura resultando assim na acumulação de toxinas. A ingestão de água vai ajudar a eliminar as toxinas, ajudando assim a prevenir e a combater a celulite.

 Mas será que é só a água que hidrata? A água é o único alimento que para além de não possuir calorias, elimina toxinas do nosso organismo. No entanto, não nos podemos esquecer de outros alimentos que também contribuem para garantir níveis óptimos de hidratação como é o caso da fruta das quais destacamos a melancia, o melão, o limão e os morangos que possuem mais de 90% de líquido na sua constituição para além de vitaminas e minerais essenciais ao organismo. Também o tomate, a abóbora e o pepino possuem elevada percentagem de água na sua composição e a sua ingestão deve ser reforçada durante o verão.

Hidrate-se e viva melhor!

Joana Gonçalves
Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 30.07.10)

Prepare-se para o Verão…o Ano todo!

Depois de um dos Invernos mais longos dos últimos tempos, sabe bem pensar no Verão. É tempo de mudança! As roupas mais leves saem dos armários, arrumam-se as botas e os casacos, a pele sente finalmente o sol.
No entanto, com a chegada do calor chega também a preocupação com o peso e a imagem. Um corpo definido é, hoje em dia, o objectivo de muitas pessoas, por isso esta é também a tradicional altura da insatisfação frente ao espelho. Aí começa a corrida aos ginásios, a busca daquele suplemento alimentar milagroso deixando muitas vezes de parte a racionalidade e tendo apenas como objectivo uma perda de peso rápida e sem muito esforço. Com todos estes métodos nunca se aprende a ter uma alimentação saudável.

Está na hora de pensar realmente nos seus hábitos alimentares, nos seus objectivos e na forma mais saudável e duradoura de os alcançar. Convidamo-vos a fazer um exercício rápido: Quando vai ao supermercado qual os alimentos de eleição? Com que frequência come fritos na semana? Qual a quantidade de água que bebe por dia? Com que frequência come doces? Quantas peças de fruta come por dia?
Atrevemo-nos a dizer que todos sabem o que é uma alimentação saudável mas poucos a sabem pôr em prática.
Para começar a mudar os seus hábitos alimentares e a preparar-se de forma eficaz e duradoura para o verão ficam aqui algumas dicas que deverá seguir:

1º  Não saia de casa sem tomar o pequeno-almoço: este deve ser constituído, por exemplo, por uma fruta, um lacticínio e um pão;  

2º  Não fique o dia inteiro sem comer: a velha frase “hoje não como nada, estou de dieta”, não se adequa a quem quer que seja;  

3º Dê mais atenção aquilo que come bem como ao acto de comer: quando estiver a fazer uma refeição, não se distraia com revistas e televisão. Saboreie calmamente os alimentos e sinta o bem que está a fazer ao seu organismo;  

4º Identifique o que o leva a comer excessivamente: é de extrema importância que consiga distinguir se está realmente com fome ou se apenas tem vontade de comer;

5º Não beba refrigerantes: quando quiser algo diferente, opte por um sumo de fruta natural sem açúcar adicionado;  
6º Abuse dos legumes e saladas: uma das melhores formas de obter vitaminas e minerais;

7º Inicie as principais refeições (almoço e jantar) com uma boa sopa de legumes: esta é a melhor forma de ficar mais saciado e não abusar tanto no prato;

 8º Aumente o consumo de fruta: 3-5 peças de fruta por dia é o ideal para quem quer perder peso;

9º Diga não às bebidas alcoólicas: quando o álcool é metabolizado pelo organismo, produz 7 quilocalorias por grama, sendo nestes caso calorias vazias que não trazem nenhum benefício;

 10º Prefira a água simples e beba de preferência fora das refeições: a ingestão de 1,5l a 2l de água por dia é o recomendado;


11º Evite os doces, salgados e comidas gordurosas: este tipo de alimentos para além de oferecerem um valor calórico elevado, promovem também a retenção de líquidos;

12 º Pratique exercício físico regularmente: se não frequentar um ginásio aproveite agora estes dias mais longos e mais quentes para uma caminhada de 1h seguida, a passo acelerado, sentir-se-á muito melhor.

Seguindo estas regras de ouro com método, calma e moderação conseguirá atingir o peso desejado, reduzir o volume e manter a boa forma física todo ano.
Experimente, vai ver que resulta!

Joana Gonçalves
Sara Teixeira
(Nutricionistas)

(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", Edição de 15.06.10)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Artrite Reumatóide, o que é?

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica de causa ainda desconhecida que afecta cerca de 40.000 portugueses.
Esta patologia afecta principalmente articulações, nomeadamente os punhos, dedos das mãos e pés, cotovelos, ombros e pescoço. As estruturas adjacentes da articulação também são atingidas, o que conduz ao enfraquecimento dos ligamentos tendões e músculos. Contudo, sendo uma patologia do tecido conjuntivo, pode também afectar vários orgãos e sistemas tais como o pulmonar, cardiovascular, renal, digestivo, entre outros. Esta patologia é de origem auto-imune, pode surgir em todas as idades, inclusive crianças e afecta mais as mulheres (cerca de 4 vezes mais que os homens). Estão mais predispostas as mulheres jovens e mulheres no período pós-menopáusico.
No inicio da doença surge a inflamação das articulações acompanhada de dor, calor, aspecto ruborizado e rigidez principalmente de manhã. Ao longo do dia, à medida que o doente exerce a sua actividade normal, essa rigidez articular vai desaparecendo. Outros sintomas comuns são a febre, o cansaço extremo, dores de corpo, problemas oculares, anemia, pericardite, pleurite, perda de apetite e consequentemente perda de peso. Além disso, entre 20 a 30% dos doentes com artrite reumatóide apresentam nódulos subcutâneos localizados perto das articulações afectadas
Após cerca de dois anos do diagnóstico da doença (este tempo é variável) as articulações podem já se encontrar deformadas levando a grandes perdas das capacidades funcionais. Ao longo do tempo vão surgindo alterações articulares marcadas a nível das mãos e pés acompanhadas de formigueiros nos dedos (por compressão nervosa), do fenómeno de Raynaud (os dedos ficam muito brancos quando expostos ao frio) e tenossinovites (inflamação dolorosa da baínha dos tendões).
O diagnóstico é feito através da história clínica do doente, da evolução dos seus sintomas e de exames radiológicos e laboratoriais.
O tratamento tem como objectivo aliviar a dor, reduzir o processo inflamatório e manter a função das estruturas afectadas. Deve ser iniciado precocemente para evitar possíveis deformidades permanentes. O tratamento correcto da artrite reumatóide envolve o trabalho multidisciplinar de profissionais de diversas especialidades nomeadamente o clínico geral, o ortopedista, o reumatologista, o fisiatra, o enfermeiro, o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional e, cada vez mais procurado o psiquiatra e o psicólogo, dado que um grande número de doentes com artrite reumatóide se apresentam com quadros depressivos. O tratamento deve começar com a educação do paciente e dos seus familiares, o ensino de regras gerais e o apoio psicológico. Para alívio dos sintomas, dentro da terapia medicamentosa podem ser prescritos anti-inflamatórios não esteróides e corticóides. No âmbito da fisioterapia, várias técnicas são utilizadas para aliviar a dor e proporcionar bem-estar ao paciente, ao mesmo tempo que evitam a instalação marcada das deformidades. São elas a termoterapia, electroterapia, exercícios de alongamento, terapias manuais e a hidroterapia.
Se sofre desta doença ou é familiar/amigo de alguém afectado saiba que há uma associação que o pode ajudar, a “ANDAR” (Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide), contacte-os!


Diana Silva
Joana Viterbo
(Fisioterapeutas)
(Publicado no Jornal "A Voz de Ermesinde", na Edição de 10.12.10)