quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dores de Crescimento

O seu filho acorda a meio da noite a chorar com dores nas pernas? Por muito que procure e lhe faça exames não encontra equimoses, vermelhidão nem inchaço? No dia seguinte acorda sem dores e faz todas as suas actividades normais sem nenhuma queixa? Não parta do princípio que é invenção, o seu filho poderá estar a sofrer com as chamadas “Dores de Crescimento”.
Este termo foi introduzido em 1823 por Duchamps por serem dores apresentadas durante o processo biológico do crescimento, mas na realidade, embora estas dores sejam reais, não estão relacionadas directamente com o crescimento da criança, visto que não se iniciam nem tem maior incidência nas fases de maior crescimento e que raramente afectam os membros superiores ou outras zonas do corpo também em crescimento.
 Estas dores não têm uma origem conhecida, mas sabe-se que atingem maioritariamente os membros inferiores, podem surgir entre os 3 e os 15 anos de idade e tem um ligeiro predomínio em meninas. Normalmente as dores são intermitentes ocorrendo ao fim da tarde ou na primeira metade na noite, nunca de manhã, ao acordar.
Cada episódio pode durar cerca de 30 minutos e pode surgir várias noites por semana, durante meses ou anos. A dor ocorre habitualmente nos dois membros e é vaga, a criança não consegue dizer especificamente o ponto onde lhe dói.
É fundamental referir que o componente emocional e psicológico da criança está muitas vezes relacionado com as dores de crescimento, podendo predispor ao seu aparecimento. Frequentemente as crianças afectadas têm pesadelos, medo do escuro, estão a passar por conflitos familiares, o nascimento de um irmão ou simplesmente a entrada para a escola. Há também o componente hereditário que não podemos esquecer, o facto de os pais terem sentido dores semelhantes na infância, aumentam a probabilidade de os filhos passarem pelo mesmo.
            Se estar a passar por esta experiência com os seus filhos, fique tranquilo, estas dores são de carácter benigno, não deixam sequelas e aliviam com uma massagem, calor local e alongamentos. Assegure-se que a alimentação da criança é equilibrada e rica em lacticínios para assegurar um bom crescimento ósseo!

Diana Silva
Joana Viterbo
(Fisioterapeutas)

(Publicado no Jornal "A Voz da Póvoa", edição de 27/10/10).

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